Pesquisadores usam ondas sonoras para invadir sensores de smartphones

Pesquisadores usam ondas sonoras para invadir sensores de smartphones

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Uma equipe de pesquisadores da Universidde de Michigan conseguiu demonstrar uma maneira de "sequestrar" os sensores de smartphones, drones, carros autônomos e outros dispositivos conectados usando som. Por meio de ondas sonoras específicas, eles conseguiram enganar os acelerômetros desses aparelhos, fazendo-os registrar movimentos que não existiam.

Para fazer isso, os pesquisadores emitiam sons na frequência de ressonância das molas dos acelerômetros. Essa técnica se vale do mesmo princípio da física que permite estilhaçar uma taça de vinho com som. A frequência emitida fazia com que as molas do acelerômetro se movessem, o que, por sua vez, fazia o dispositivo "achar" que havia se movido. No vídeo abaixo (em inglês), os pesquisadores explicam essa realização:




Um barulho que dá a impressão de movimento

No estudo publicado para detalhar a técnica, os pesquisadores explicam que os acelerômetros são compostos por uma pequena massa cercada por molas. Quando o objeto no qual o acelerômetro está é movido, essa massa se move, tensionando as molas. Essa tensão diz ao dispositivo que houve deslocamento (e em que sentido esse deslocamento foi).
As ondas sonoras emitidas pelos pesquisadores, no entanto, fazem com que as molas tensionem sem que o dispositivo tenha se movido. Por meio desse truque, os pesquisadores conseguiram, por exemplo, registrar milhares de passos falsos em uma pulseira inteligente e até controlar um carrinho ligado ao acelerômetro de celular. Mais de 15 acelerômetros diferentes se mostraram vulneráveis à técnica.

Perigos

Embora essa técnica não represente muito perigo para os donos de smartphone, ela pode se revelar uma vulnerabilidade gravíssima para outros aparelhos, como máquinas industriais inteligentes, drones e até mesmo carros autônomos. Isso porque ela é capaz de enganar os próprios sensores dos dispositivos, sem precisar passar por qualquer nível de software.
Por exemplo: um drone cujo acelerômetro seja enganado dessa maneira tomará medidas para "corrigir" o trajeto de seu voo. Mas como o movimento que ele detectou não aconteceu, essas medidas acabarão fazendo com que o drone perca o controle e caia. Os futuros drones de entrega da Amazon, por exemplo, poderiam ser alvos fáceis para esse truque. Carros autônomos estariam suscetíveis aos mesmos riscos: se seus acelerômetros fossem enganados, eles poderiam facilmente se envolver em um acidente.
De acordo com os pesquisadores, porém, é possível corrigir esse problema. Segundo o Engadget, eles já criaram uma solução de software que resolve o problema e entraram em contato com fabricantes - incluindo Samsung e Fitbit - para informar da possibilidade.